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O texto O mundo não é um Desktop se inicia nos questionando qual seria a melhor metáfora para o computador do futuro, e logo em seguida, nos responde que ela ainda não existe. Todos os ideais que criamos e compartilhamos acerca de novas máquinas dividem a mesma questão, elas são máquinas visíveis: seja a televisão, os gráficos 3D, interfaces de ficção científica ou aparelhos ubíquos de comando por voz. 

 

Mark Weiser então nos informa que uma boa ferramenta, é aquela não-visível. Entretanto, não basta a remoção do objeto do nosso campo de visão, é necessário esquecermos que ele estava lá em primeiro lugar. Para que uma ferramenta torne-se boa, ela precisa não se fazer presente no nosso consciente, e sim, criar um caminho de conexão direto entre o usuário, e a tarefa que ele planeja executar.

 

Dentro do imaginário coletivo, acredito que tenhamos criado uma idolatria pela máquina, pela ferramenta. Em uma das 10 heurísticas de interfaces, Nielsen nos informa sobre a “Relação Sinal-Ruído”, na qual tudo que o usuário precisa computar conta como sinal, o que é útil, ou ruído, o que é inútil. Dessa forma, podemos resumir tal regra como uma necessidade de comunicar, e não “decorar” um design.

“I think the value of invisibility is generally understood. Unfortunately, our common metaphors for computer interaction lead us away from the invisible tool, and towards making the tool the center of attention".

Mark Weiser

 

Weiser destrincha tal ideia, nos exemplificando sobre o computador. Atualmente, o ideal para agentes inteligentes é que sejam cada vez mais semelhantes com seres humanos, apenas mais obedientes. Entretanto, de onde vem tal objetivo? Qual a razão por trás dele? Um computador com o qual preciso conversar, dar comandos ou ter um relacionamento com torna-se desnecessariamente o centro das atenções. A personificação extrema da máquina é contraprodutiva, uma vez que ela glorifica o objeto e não sua função. 

 

"Limited, because most of my life I am with other people, and I want to talk (or listen) to them, not to my computer. If I want to take notes, or glance at information, I want to do so unobtrusively. Voice command is so well-known in science fiction exactly because it is prominent and attention grabbing -- fiction is supposed to hold our attention. A good tool is not."

 

Mark Weiser

A escolha de tratar e analisar esse texto nessa resenha veio principalmente da passagem acima. Ao fazer uma pesquisa para um trabalho da aula de Hipermídia sobre ausência de interfaces, computação ubíqua e pervasiva, optamos por trabalhar com assistência virtual por voz, seguindo o exemplo da Alexa. Entretanto, nos encontramos muito bloqueados com esse pensamento, e, ao ler esse texto, percebi que a grande questão era justamente o foco na voz, e não na função.

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