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Como nos comunicamos com o nosso entorno? Como o influenciamos, mas também o descobrimos? O mundo só existe para nós graças a e através dos nossos sentidos. Audição, visão, paladar, olfato e tato são nossos portais para a existência percebida e compartilhada, e, quando um se ausenta, o restante se faz brilhar. Você já ficou no escuro, usando apenas seu tato para te guiar? Ou precisou fazer uso do seu olfato ao escolher alimentos perecíveis, com medo que sua visão te traísse? Então, é sobre isso que quero falar hoje.

 

Mas, o que o design tem a ver com tudo isso? Bom, a palavra design se origina do latim, “designare” e é traduzido literalmente como determinar, também significando: demonstrar de cima. Nós, como designers, temos a função primária de idealizar e projetar, essencialmente, qualquer coisa. E qualquer coisa, envolve, bem, qualquer sentido. De início, acredito que a maioria de nós, por uma questão de vivência, liga o design fundamentalmente à visão, entretanto, esse pensamento é, não só simplista, como errôneo:

 

A importância do Design de Som

 

O som pode não só ser utilizado como ferramenta imersiva e compor a atmosfera de um projeto, mas também exercer a função inclusiva de tornar um projeto compreensível.

 

Trilhas sonoras de jogos precisam conversar com seu contexto e agregar na experiência do usuário, pertencendo aquele mundo, é necessário que se crie uma identidade de som. Algo que me vem a mente é o jogo Genshin Impact, que eu tenho jogado a apenas alguns meses.

 

O jogo se baseia em um mundo fictício, mas com inspirações em locais reais. Cada região possui uma trilha sonora própria, que conta a história daquela localidade e dos personagens que já residiram nela. As composições dos personagens, das batalhas, dos cenários, todas pegam emprestado influências das culturas do nosso mundo para reconstruí-lo como algo fantasioso. As caracterizações dos personagens são exprimidas no design de som, que se complementa e conversa.

É possível criar designs olfativos?

 

"A região do cérebro que assimila o olfato está ligada à memória", explica Renato Crestincov, do estúdio Puro Design. Com o olfato podemos construir cenários e permitir aos nossos usuários assimilações e referências. 

Construir uma identidade olfativa pode parecer algo extremamente difícil a princípio, mas, para aqueles capazes de sentir aromas e odores, percebê-los é algo como uma segunda natureza. Toda pessoa tem um cheiro, toda casa tem um cheiro, toda época, toda cultura, tem um cheiro. E porque não trazer isso para o design, se o cheiro está tão intrinsecamente ligado às individualidades de cada um?

Design é narrativa, e os cheiros parecem ser um ótimo ponto de partida. 

Mas, e o paladar?

 

Dificilmente conseguimos dizer, do topo da nossa cabeça, que objeto colocaríamos na boca. Entretanto, num sentido de uma linha de louças, por exemplo, talvez seja possível harmonizar materiais com pratos, assim como já se faz com vinhos, por exemplo.

Porque não criar uma tecnologia que aumente, diminua, cancele, influencie e mude os gostos das comidas, criando uma experiência digital de sabores? 

Toque como conforto

 

Tato é uma ferramenta inclusiva de extremo valor. Seja no braile ou no controle de texturas para trazer conforto à pessoas neurodivergentes, a exploração do tato é essencial.

Esse é um campo extremamente fértil na criação de objetos de conforto e apoio. Seja os "fidget toys" ou, por exemplo, tecidos sem costura, a criação de texturas e toques que não acarretem num overload de sentidos é extremamente valiosa. 

Visão?

 

A visão é muitas vezes, nosso ponto de partida. Ela é nossa área de conforto, seja em telas, layouts, identidades visuais. Ela é o básico para as pessoas que são capazes de ver. Mas, até onde ela pode ir? Até onde podemos transformar e ressinificar a visão, ao ponto de que criemos algo completamente novo? É com esse questionamento que deixo você, leitor.

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